Programação geral
Programação geral - XIII Encontro Nacional de História da Mídia
18 de agosto
14h: Mesa da Rede Latino-americana de História da Mídia (RLAHM)
História da Mídia na América Latina em Redes de Pesquisa
Resumo: A mesa debaterá os sentidos teóricos e metodológicos presentes na construção de uma histórica conectada da mídia na América Latina, a partir das discussões que vêm sendo realizadas pela Rede Latino-americana de História da Mídia (RLAHM). A RLAHM se propõe a lançar múltiplos olhares sobre os meios de comunicação na América Latina, estudando diversos aspectos dos meios em diferentes países, abrangendo pluralidade dos suportes, sejam impressos, sonoros ou audiovisuais. Cria-se, assim, a oportunidade de a perspectiva histórica ir além do nacional, estabelecendo pontos de contato/convergência das práticas, processos, meios e sentidos comunicacionais numa história conectada da mídia na América Latina.
Marialva Barbosa (UFRJ), Ana Paula Goulart Ribeiro (UFRJ) e Eduardo Gutierrez (Pontifícia Universidad Javeriana)
Rede Latino-americana de História da Mídia – RLAHM: uma ação para conectar pesquisas na América Latina
Mirta Varela (CONICET-UBA, Argentina)
Antenas sobre Iglesias. Historias de ciencia y creencia en los orígenes de las redes de comunicación
Celia del Palacio (Universidad Veracruzana, México)
Redes de pesquisa na Ibero-América
Monica Maronna (Universidad de la República, Uruguai)
Os meios e o patrimônio sonoro em redes de pesquisa
16h30: Mesa 1
Título: Experiências negras, escritas de si e do outro
Título: Biografias de escravizados: o si-mesmo de um outro como imaginação historiadora
Resumo: A ausência de biografias dos escravizados no Brasil será o ponto de partida para uma reflexão que introduz a chance de escrever sobre vidas passadas usando como possibilidades interpretativas as suas escritas em modos de comunicação nos quais, muitas vezes, o registro de suas vozes evidentes estaria ausente. Biografias de escravizados como imaginação historiadora. Mostraremos, ainda, como através de modos e práticas comunicacionais, os escravizados no Brasil construíram uma comunicação de resistência, que pode ser recuperada a partir dos gestos que realizaram e que permaneceram durando, enquanto expressões de si mesmos, que chegam até o século XXI. Refletimos sobre esses gestos como escritas deles sobre eles mesmos, mas que ecoaram no tempo em busca novas interpretações que os coloquem como “si-mesmo” e não como “outro”.
Alexandra Lima da Silva (UERJ)
Título: Flores de ébano: escrita de si como prática de liberdade
Resumo: Este trabalho analisa os significados das escritas de si na experiência de escravizadas e escravizados no século XIX. Objetiva interpretar os significados da inserção de tais sujeitos no universo da cultura escrita, sinalizando para a importância de compreender os diferentes saberes e experiências dos cativos. A partir do mapeamento e do cruzamento de documentos diversos, tais como autobiografias, relatos de viagem, correspondências, jornais, dentre outras fontes, procura compreender a importância da instrução na experiência de escravizados, com especial atenção aos Estados Unidos e ao Brasil. Defende as escritas de si como resistência e como caminho na luta pela conquista e ampliação de direitos.
Elson de Assis Rabelo (UFBA)
Título: A prática fotográfica e as questões étnico-raciais: entre poética, documento e política
Resumo: Discutirei sobre fotografias e trajetórias de fotógrafos negros contemporâneos na Bahia, como inserção no circuito social das imagens, de afirmação das práticas culturais negras e de enfrentamento das desigualdades sociais baseadas em cor. Também será discutido o papel das práticas de arquivamento no diálogo com as memórias e com as demandas atuais de ensino e de pesquisa.
19h: Mesa de abertura do XIII Encontro Nacional de História da Mídia
Título: O negro no tempo: como o #vidasnegrasimportam reorienta o humano
Prof. Louis Maraj (Univ. British Columbia, Vancouver, Canada)
Resumo: A palestra discute como os ativistas do movimento “Vidas Negras Importam” constroem significado em relação à história, temporalidade e anti-negritude no mundo Ocidental. Analisa, também, as modalidades pelas quais esses ativistas enquadram a resistência, dando atenção especial às tentativas do movimento de, nas palavras da co-fundadora Alicia Garza, “(re) construir o movimento de libertação Negra” (2014), por meio de epistemologias feministas negras. Observando como o movimento se choca contra a anti-negritude interseccionalmente por meio de protestos digitais e pessoais, e na cultura popular, podemos chegar a entender por que ele acumulou significância global na reformulação de concepções anteriores sobre o que significa, de fato, ser humano.
19 de agosto
17h30: Roda de conversa
Título: Comunicação e História – Diálogos Possíveis
Valci Zuculoto (UFSC)
Resumo: Na mesa os editores vão discorrer brevemente sobre os diálogos possíveis entre a Comunicação e a História. Também apresentarão sobre a próxima edição da revista Lumina, que será lançada no dia 30 de agosto, e a última edição da Revista Brasileira de História da Mídia
19h: Mesa 2
Título: Processos de racialização do ódio e da violência
Título: Escravismo e abolição na imprensa e no imaginário social
Resumo: Como a imprensa cobriu a abolição da escravatura? Quais eram as imagens obsessivas que marcavam os discursos pró e contra a libertação dos escravos? Um olhar para o passado que permite enxergar o presente.
Título: Os Nós entre o Eu e o Outro: representação social do ódio e da violência nos media
Resumo:
A Comunicação Social tem, muitas vezes, um papel catalisador das disrupções sociais. As narrativas mediáticas tendem, umas vezes de forma subliminar e tênue e outras vezes de forma clarividente e sistemática, a cristalizar as disjunções sociais, racializando discursos perante fatos sociais com tons negativos ou positivos, contribuindo para o fomento de crispações e extremar de posições no seio das sociedades. Assim, com esta comunicação, pretende-se iluminar os “nós” que ligam muitas das narrativas mediáticas que vinculam marcas disruptivas de ódio e violência, assinaladas por categorias textuais bem definidas. O objetivo essencial é fazer compreender como as narrativas mediáticas contribuem para a formação social dos processos de racialização do ódio e da violência. Neste sentido, a comunicação social, metaforicamente, é apresentada como o espelho através do qual o “eu” projeta a imagem do “outro”
. A lógica da Teoria Primus Inter Pares se impõe, no senido de influenciar o processo de valoração discursiva. Na mesma lógica, também a chamada Third Person Effect é uma linha de pensamento que nos ajuda a evidenciar como, quando o “eu” se encontra do lado de emissor com grande poder mediático poderá ‘fabricar’ discursos com dimensões sociais disruptivas em relação ao ‘outro’, numa situação de minoria ou de marginalidade social.
Título: A Clínica da República: corpos imunes, corpos abjetos
Resumo: Fundada sobre um antagonismo de base, entre os filhos da civilização e os sujeitos racializados, a sociedade brasileira projetaria sobre o campo da saúde aquilo que do Real padece, e que não cansa de retornar apesar de discursos semblantes e suas fantasias teóricas: poligenismos raciais, teorias de degenerescência, higienismo social, melhoria étnica, democracia racial, racismo como “mal” do subdesenvolvimento e tantos outros. Nesses tempos em que a questão da saúde e seu atrelamento à desigualdade social soou tão forte no mundo e em especial no Brasil, é hora de passar em revista algo que sempre esteve aí, mas se desloca para melhor se manter: a clínica no Brasil é outra e sempre foi. Investigamos como, a partir de alguns marcos temporais, certa memória de conceitos e práticas médicas importadas foram ressignificadas num cenário discursivo em que novos elementos passaram a fazer parte da composição daquilo que seria o discurso fundador das políticas governamentais de saúde pública no Brasil: a clivagem entre corpos imunes e corpos abjetos. Atentamos, notadamente, para a imprensa como espaço simbólico em que estas cenas discursivas e suas intrigas se deram de forma privilegiada.
20 de agosto
19h30: Mesa 3
Título: Branquitude e (bio)políticas do branqueamento
Título: Imaginários universais, biopolítica e branquitude a partir do Brasil
Resumo: A proposta é “desenvolver uma ideia sobre a importância das grandes exposições mundiais, do final do século XIX e início do XX, como eventos midiáticos, na propagação de imagens e imaginários racistas na cultura brasileira”.
Título: A branquitude na lógica algorítmica
Resumo: O ciclo fechado da neutralidade: branquitude, tecnologias e relações de poder algorítmico. O viés branco e a negação do erro. Apartheid algorítmico e pactos narcísicos na colonialidade tecnológica. Algoritmização do racismo e a urgência do olhar interseccional sobre o privilégio branco.
Título: Branquitude, mídia, alienação e revolução no mundo da Pós-Verdade